sábado, 15 de setembro de 2012

 PhET 

Uma  bem  sucedida   iniciativa na produção de simulações para o ensino de física, protagonizada por Carl Wieman, laureado com o Nobel de Física de 2001, é o PhET - sigla em inglês para Tecnologia Educacional em Física. (Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010 )

          Materiais didáticos digitais de apoio à aprendizagem vêm sendo cada vez mais produzidos e utilizados em todos os níveis de ensino. Esses materiais são chamados Objetos de Aprendizagem (OA). Repositórios de AO proliferam na Internet, colocando à disposição do usuário recursos educacionais para facilitar a aprendizagem tanto no ensino a distância quanto no apoio ao ensino presencial. Em particular, na área de física, o portal com - PADRE (www.compadre.org), considerado uma biblioteca digital, disponibiliza OA de excelente qualidade e uso gratuito, obtidos de várias fontes confiáveis. Um dos mais disseminados tipos de OA são as simulações computacionais de experimentos de física, que estão disponíveis para utilização em diversos contextos. Mas infelizmente seu uso em sala de aula está longe de ser uma realidade, particularmente no Ensino Médio. Ainda que elas não devam substituir experimentos reais, pesquisas indicam que seu uso combinado à atividade experimental pode tornar mais eficiente o processo de aprendizagem dos alunos .




           Parecem existir tantas definições do que seja um Objeto de Aprendizagem quantos aqueles que o produzem. Segundo Wiley [4] um OA pode ser qualquer fonte digital que poderá ser reutilizada para a aprendizagem. Esta definição inclui imagens, fotos, clips de vídeos, animações, páginas na Web. Mais recentemente, Nash [5] conceitua OA como blocos de informação que estão à disposição do professor para que este os conecte da maneira que achar mais eficiente para o processo de aprendizagem. Desta forma, espera-se que os OA estimulem o desenvolvimento das capacidades pessoais, como, por exemplo, imaginação e criatividade. Assim, um objeto virtual de aprendizagem pode tanto contemplar um único conceito quanto englobar todo o corpo de uma teoria. Pode ainda “compor um percurso didático, envolvendo um conjunto de atividades, focalizando apenas determinado aspecto do conteúdo envolvido” [6].Para tornar o conceito de OA mais acessível, criaram-se metáforas.

        Naquela do brinquedo LEGO, introduzida por Hodgins e Conner [7], os OA seriam pequenos blocos de instrução que poderiam se juntar para formar estruturas instrucionais maiores e reutilizados em outras estruturas, assim construindo todo o contexto de aprendizagem. Entretanto, utilizar uma combinação aleatória de OA pode não conduzir necessariamente a algo relevante e coerente em termos de ensino e aprendizagem, porque nem todos os OA podem ser de fato  assim arranjados. Isso levou à metáfora do átomo proposta por Wiley [4], em que os OA são comparados a átomos nesta sequência: (a) nem todo átomo pode ser combinado com outro átomo; (b)átomos só podem ser montados em certas estruturas prescritas pela sua própria estrutura interna; e (c) alguma instrução é necessária para juntar átomos. Tal acontece com os OA, isto é, agrupá-los requer conhecimentos de diferentes modelos pedagógicos de modo que a produção de um curso, por exemplo, seja eficaz e apropriada sob o ponto de vista da aprendizagem. Tarouco e col. [8] sintetizam as características específicas que um OA deve apresentar:
Acessibilidade: facilmente acessível via Internet;
Atualizável: através do uso de metadados (literalmente “dados de dados”) torna-se fácil fazer atualizações;
Interoperabilidade: capacidade de operar através de uma variedade de hardware, sistemas operacionais e  buscadores.
Granularidade: Quanto mais granular for um OA maior será o seu grau de reutilização.
Adaptabilidade: adaptável a qualquer ambiente de ensino;
Flexibilidade: material criado para ser utilizado em múltiplos contextos, não sendo necessário ser reescrito para cada
novo contexto;
Reutilização/reusabilidade: várias vezes reutilizáveis em diversos ambientes de aprendizagem;
Durabilidade: possibilidade de continuar a ser usado por longo período e, na medida do possível, independente   da mudança da tecnologia. Além destas características, destacamos também que os OA deveriam ter: conexão com o mundo real e incentivo à experimentação e observação de fenômenos; favorecer a interdisciplinaridade; oferecer alto grau de interatividade para o aluno; possibilitar múltiplas alternativas para soluções de problemas; ter combinação adequada e balanceada de textos, vídeos e imagens; apresentar retroalimentação e dicas que ajudem o aluno no processo de aprendizagem; estar identificados por área de conhecimento e nível de escolaridade; apresentar facilidades de uso, possibilitando acesso intuitivo por parte de professores e alunos não familiarizados com o manuseio do computador; apresentar fácil funcionamento e execução na Web para que de fato possam ser incorporados ao cotidiano do professor nos tempos atuais.

Artigo completo pode ser encontrado no site http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol11/Num1/a08.pdf

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