Uma bem sucedida iniciativa na produção de simulações para o ensino de física, protagonizada por Carl Wieman, laureado com o Nobel de Física de 2001, é o PhET - sigla em inglês para Tecnologia Educacional em Física. (Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010 )
Materiais didáticos
digitais de apoio à aprendizagem vêm sendo cada vez mais produzidos e utilizados
em todos os níveis de ensino. Esses materiais são chamados Objetos de Aprendizagem
(OA). Repositórios de AO proliferam na Internet, colocando à disposição do
usuário recursos educacionais para facilitar a aprendizagem tanto no ensino a
distância quanto no apoio ao ensino presencial. Em particular, na área de
física, o portal com - PADRE (www.compadre.org),
considerado uma biblioteca digital, disponibiliza OA de excelente qualidade e
uso gratuito, obtidos de várias fontes confiáveis. Um dos mais
disseminados tipos de OA são as simulações computacionais de experimentos de
física, que estão disponíveis para utilização em diversos contextos. Mas infelizmente
seu uso em sala de aula está longe de ser uma realidade, particularmente no
Ensino Médio. Ainda que elas não devam substituir experimentos reais, pesquisas
indicam que seu uso combinado à atividade experimental pode tornar mais
eficiente o processo de aprendizagem dos alunos .
Parecem
existir tantas definições do que seja um Objeto de Aprendizagem quantos aqueles
que o produzem. Segundo Wiley [4] um OA pode ser qualquer fonte digital que
poderá ser reutilizada para a aprendizagem. Esta definição inclui imagens, fotos,
clips de vídeos, animações, páginas na Web. Mais recentemente, Nash [5]
conceitua OA como blocos de informação que estão à disposição do professor para
que este os conecte da maneira que achar mais eficiente para o processo de
aprendizagem. Desta forma, espera-se que os OA estimulem o desenvolvimento das
capacidades pessoais, como, por exemplo, imaginação e criatividade. Assim, um objeto
virtual de aprendizagem pode tanto contemplar um único conceito quanto englobar
todo o corpo de uma teoria. Pode ainda “compor um percurso didático, envolvendo
um conjunto de atividades, focalizando apenas determinado aspecto do conteúdo
envolvido” [6].Para tornar o conceito de OA mais acessível, criaram-se
metáforas.
Naquela do
brinquedo LEGO, introduzida por Hodgins e Conner [7], os OA seriam pequenos blocos
de instrução que poderiam se juntar para formar estruturas instrucionais maiores
e reutilizados em outras estruturas, assim construindo todo o contexto de
aprendizagem. Entretanto, utilizar uma combinação aleatória de OA pode não conduzir
necessariamente a algo relevante e coerente em termos de ensino e aprendizagem,
porque nem todos os OA podem ser de fato assim arranjados. Isso levou à metáfora do
átomo proposta por Wiley [4], em que os OA são comparados a átomos nesta
sequência: (a) nem todo átomo pode ser combinado com outro átomo; (b)átomos só
podem ser montados em certas estruturas prescritas pela sua própria estrutura
interna; e (c) alguma instrução é necessária para juntar átomos. Tal acontece com
os OA, isto é, agrupá-los requer conhecimentos de diferentes modelos pedagógicos
de modo que a produção de um curso, por exemplo, seja eficaz e apropriada sob o
ponto de vista da aprendizagem. Tarouco e col. [8] sintetizam as
características específicas que um OA deve apresentar:
Acessibilidade: facilmente
acessível via Internet;
Atualizável: através
do uso de metadados (literalmente “dados de dados”) torna-se fácil fazer
atualizações;
Interoperabilidade: capacidade
de operar através de uma variedade de hardware, sistemas operacionais e buscadores.
Granularidade: Quanto
mais granular for um OA maior será o seu grau de reutilização.
Adaptabilidade: adaptável
a qualquer ambiente de ensino;
Flexibilidade: material
criado para ser utilizado em múltiplos contextos, não sendo necessário ser
reescrito para cada
novo contexto;
Reutilização/reusabilidade: várias
vezes reutilizáveis em diversos ambientes de aprendizagem;
Durabilidade: possibilidade
de continuar a ser usado por longo período e, na medida do possível,
independente da mudança da tecnologia. Além
destas características, destacamos também que os OA deveriam ter: conexão com o
mundo real e incentivo à experimentação e observação de fenômenos; favorecer a
interdisciplinaridade; oferecer alto grau de interatividade para o aluno; possibilitar
múltiplas alternativas para soluções de problemas; ter combinação adequada e
balanceada de textos, vídeos e imagens; apresentar retroalimentação e dicas que
ajudem o aluno no processo de aprendizagem; estar identificados por área de
conhecimento e nível de escolaridade; apresentar facilidades de uso,
possibilitando acesso intuitivo por parte de professores e alunos não
familiarizados com o manuseio do computador; apresentar fácil funcionamento e execução
na Web para que de fato possam ser incorporados ao cotidiano do professor nos
tempos atuais.
Artigo completo pode ser encontrado no site http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol11/Num1/a08.pdf
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